sexta-feira, 18 de junho de 2010


   Em 2002 com o objectivo de revigorar o Caminho de Santiago a partir de Lisboa, uniram-se três associações jacobeias (AACS- Norte de Portugal a AGACS Asociación Galega Amigos do Camiño de Santiago e a AVACS Associação de Valença dos Amigos do Caminho de Santiago para elaborar este trabalho.
   Foi utilizado como base documental, o relato de Giovanni Battista Confalonieri (1594), assim como de outros peregrinos (Jerónimo Muenzer (1495), Dom Edme de Saulieu, Dom abade de Claraval e visitador francês da Ordem de Cister (1531-1533), Erich Lassota de Steblovo (1581), Cosme III de Medicis (1669) que ao longo dos séculos utilizaram este itinerário, ou parte dele, para chegar ou voltar da tumba do Apostólo.
   Outras obras de informação histórica foram utilizadas tais como: “Transportes e Comunicações em Portugal” de Artur Teodoro de Matos, a tese de doutoramento do Professor Vasco Gil Mantas “A rede viária romana na faixa atlântica entre Lisboa e Braga”, “As Grandes Vias da Lusitânia” do professor Mario de Saa entre outras.
   Como melhor forma de enquadrar o itinerário foi utilizada a Carta Geral do Reino ou Carta Corográfica de Portugal, de 1856 mandadas executar por D. Maria II que permitiu obter uma melhor visão da rede viária nacional antes da grande revolução, operada na segunda metade do Séc. XIX, pela construção das Estradas Reais e da chegada dos Caminhos de Ferro.
   Apesar de todo o cuidado, o percurso sofreu algumas pequenas alterações devido ao desenvolvimento viário, rural e urbano mas principalmente em virtude do quesito da “Segurança e Garantia da Integridade do Peregrino” enquanto demanda a Santiago de Compostela.
   Concluídos os trabalhos de pesquisa, levantamento, reconhecimento do Caminho (central) de Santiago de Lisboa - Porto, foi sinalizado com setas amarelas, trabalho esse que terminou no dia 14 de Maio de 2006.
   Parte do trajecto Porto - Coimbra - Ansião será sinalizado com as setas azuis que indicam o Caminho do Norte em direcção a Fátima. Esse trabalho foi coordenado pelo Centro Nacional de Cultura e pelas comarcas abrangidas que estabeleceram um protocolo de preservação e sinalização do mesmo.
   Este trabalho foi integralmente realizado por Alexandre Manuel Caeiro dos Santos Rato e doado às associações jacobeias referênciadas.

Alexandre dos Santos Rato- Introdução. Guia do Caminho Central Português a Santiago. Compostela: AGACS, 2006. ISBN: 978-8 -611-3635-3. p.10

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